Você está andando pela rua muito escura, tarde da noite, e começa a ouvir passos se aproximando. Você acelera um pouco sua caminhada e percebe que os passos que você está ouvindo também estão mais rápidos agora. Sua respiração começa a ficar ofegante, suas mãos estão suando, seus batimentos cardíacos estão acelerados. Você precisa fazer alguma coisa. Você vai correr ou vai enfrentar a situação?
Uma situação assim, principalmente nas grandes cidades, costuma colocar a maior parte das pessoas em um estado de medo. Afinal, você viu tantas notícias sobre violência urbana nos jornais, escutou tantos colegas relatando histórias em seu trabalho ou na escola, pode ser até que você tenha passado por alguma experiência como essa em sua vida. Aqui cabe uma pergunta: em uma situação como esta, devemos ou não ter medo?
Acredito que se você estiver no centro de São Paulo é melhor correr, e o medo foi na verdade extremamente útil para você. Porém, se você estiver em uma ruazinha pacata em uma pequena cidade no interior da França, talvez esse medo seja totalmente desnecessário.
Aqui cabe nossa primeira constatação sobre o medo: quando o medo é real, nós não temos medo, simplesmente estamos com medo. Na situação que utilizei como exemplo neste texto, só saberemos que o medo é real se uma combinação de fatores demostrarem o perigo dentro daquela situação: alguém está atrás de você na rua, a rua está escura, a cidade é perigosa etc. Essa combinação de variáveis negativas faz com que passemos a estar com medo. Por outro lado, existe uma outra situação bastante comum, algumas pessoas têm medo de ruas escuras, seja lá onde for, e mesmo que não haja mais ninguém nessa rua, e a cidade nem seja violenta, elas irão continuar tendo medo.
O medo real acontece de acordo com os perigos presentes em uma situação de risco, ou seja, seus sentidos estão captando que algo negativo pode vir a acontecer, sua intuição está lhe trazendo algo valioso por isso é necessário reagir a esse medo. Nossos instintos nos dão duas opções possíveis para enfrentarmos uma situação como essa: correr ou enfrentar. Tudo vai depender dos recursos que você tem no momento.
O medo irreal nasce de significados gravados em sua mente, frente a situações vividas ou aprendidas no passado. Um exemplo é o medo que algumas pessoas têm de falar em público. Pode ser que alguma situação constrangedora tenha acontecido lá nos primeiros anos de escola, e o medo foi instalado nesse momento. A imagem dos colegas rindo no momento em que falou diante da classe ficou gravada em seu subconsciente, e tudo que essa pessoa sentiu naquele momento volta a surgir sempre que tenha que falar em público. Esse medo é irreal, a pessoa tem esse medo, ela não está com esse medo. Não significa que o público para quem ela vai falar seja exigente demais, ou que ela não esteja preparada para falar sobre um assunto específico, a pessoa simplesmente tem medo de falar em público em qualquer situação. O medo irreal é algo que a pessoa carrega com ela, é um medo que a pessoa sempre tem.
O medo irreal não tem nenhuma lógica. Pessoas tem medo de andar de elevador ou avião e não tem medo de andar de carro, mesmo sabendo que os carros são infinitamente mais perigosos em comparação com os demais.
Quando nascemos só sentimos medo de coisas muito básicas: cair, barulho e abandono. Todos os demais medos são criados por experiências pelas quais passamos, presenciamos ou acreditamos. Alguns destes medos que criamos passam a ser limitantes em nossa vida. Atrapalham nossa carreira, nossos relacionamentos, nossa vida em geral.
O melhor é que como em quase tudo em nossa vida, esses medos criados também podem ser reconsiderados. Psicólogos, especialistas em PNL, entre outros terapeutas, fazem trabalhos maravilhosos com pessoas que sofrem com esse tipo de medo. Existem centenas de relatos de pessoas que conseguiram superar esse tipo de medo, e passaram a ter uma vida em maior plenitude.
E você tem algum medo?
Você tem medo de que?
Seu medo é justificável?
Tem algum fundamento lógico?
Esse medo limita sua vida em algo?
Ele te protege de alguma coisa?
O que seria da sua vida sem esse medo?
O mais importante de tudo isso é que em se tratando de medo, todo mundo tem ou já teve medo de algo. Cabe a cada um de nós não deixar que esse medo atrapalhe no andamento de nossa vida.
Siga em frente, não tenha medo de evoluir.
André L. G. Ferreira, Coach certificado pela International Coaching Community, Administrador e especialista em Qualidade.
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contato: coaching.green01@gmail.com