Inspirada pelo texto da querida Monja Coen, refleti sobre os meus momentos de transição de vida e autoconhecimento, e me remeti a algumas situações do passado nas quais, se eu estivesse vivenciando hoje, provavelmente teria agido e vivido de uma forma totalmente diferente.
Uma das lembranças que me vieram à mente foi do primeiro curso de meditação que fiz em 2014. Apesar de já ter praticado e vivenciado algumas vezes a meditação, aquele retiro de três dias foi bem desafiador: o mundo que me apresentava ali ainda não estava à altura da minha compreensão para recebê-lo. A guerra entre minha mente e lógica contra o que eu estava vivenciando permitiu que eu conseguisse ‘aguentar’ dois dias, no terceiro fui embora pela manhã.
Engraçado que pensando no dia de hoje, vejo que parte de minha base científica e prática da meditação tive a oportunidade de aprender naquele curso, porém, eu esperava mais de mim naquele momento.
E aí que vejo que aquele era o momento para que eu desse alguns passos, não todos os necessários dentro do meu processo de autoconhecimento. Como a larva que vira borboleta, é preciso cada etapa dentro do casulo para consolidar toda sua estrutura, antes de romper esse casulo e alçar voo.
Às vezes vemos onde queremos chegar, mas não temos a paciência e compreensão suficientes para o nosso tempo de maturação e consolidação interior, para que nosso voo seja altivo e firme, sem medo.
Agora eis a pergunta: quando é a hora de alçar voo?
A resposta é bem simples: a mente organiza as necessidades e possibilidades, mas é o coração que nos guia e orienta: vai! Aprender a ouvir essa ‘voz interior’ é uma necessidade de cada ser humano. E, quando ‘perdemos’ momentaneamente essa oportunidade, o Universo acaba trazendo outras, talvez um desafio, um incômodo, uma dificuldade, uma doença, uma perda, algo que nos faça ver as possibilidades de ser e fazer diferente, de utilizar nossas novas habilidades para finalmente alçar esse voo.
E, quando a borboleta alça voo pela primeira vez, vê e compreende a imensidão do mundo, sabe que as suas asas poderão levá-la onde quiser, e planejará um voo cada vez mais alto e para um lugar diferente. Então me diga borboleta, quando você irá voar?
Sabrina Green é Psicóloga, Coach pela ICC e especialista em Recursos Humanos
Contato: sabrina.green@greendh.com.br