Atualmente o tema da fé e das crenças tem estado cada vez mais presente não somente no âmbito da espiritualidade individual, mas também trazendo implicações em outras instituições populares como empresas, governos, estados e países.
Compreender este fenômeno e o impacto dele no ser individual e na sociedade sempre foi uma questão que me interessou. Até mesmo por conta de questionamentos em relação à minha própria crença na espiritualidade.
E procurar estas respostas dentro das diversas ciências e histórias, visões e distorções, me trouxe questões interessantes em relação à essa compreensão de seu impacto na sociedade.
Carl Jung já dizia que a experiência religiosa é um fenômeno psíquico, mas onde ele se encaixa e de que forma ele se diferencia em relação às diversas denominações?
Referência da Figura: Jorge Miklos.
Numinoso/Sagrado: É inefável, somente se sente.
Fé: Trazer o numinoso para a consciência, passar a acreditar.
Espiritualidade: Expressão da fé através de práticas e ações além de você mesmo, tais como oração, meditação etc.
Religiosidade: Emerge da espiritualidade, da relação além de si mesmo para o coletivo, porém não de uma forma institucionalizada.
Religião: Consciência coletiva institucionalizada que consolida as práticas da espiritualidade/religiosidade.
Igreja: Instituição em si.
Esta compreensão da diferença entre os fenômenos sociais e psíquicos e como eles se manifestam nas diferentes nomenclaturas, trouxe à luz da consciência algumas questões importantes:
- Não é preciso de uma Igreja, Religião ou qualquer espaço institucionalizado para que você viva ou esteja conectado ao Sagrado, inclusive, você pode estar numa instituição e não viver o Sagrado;
- O Numinoso e o Sagrado não podem ser algo que alguém te ensina ou você aprende, simplesmente você sente;
- A Religião é uma instituição tal como um Estado ou Empresa, com suas normas e regras. Inclusive, uma pode influenciar a outra e em suas relações, a partir das próprias regras;
- É possível que cada ser possa viver sua Espiritualidade respeitando às práticas dos demais, que são diferentes das suas.
Hoje, acredito que a Espiritualidade, essa experiência do Numinoso que é inefável, é um bom caminho, o caminho da prática da preservação e proliferação do sentimento maior que une a todos: o Amor.
“Eu olhei em templos, igrejas e mesquitas. Mas achei o divino dentro do meu coração.” (Rumi – poeta, jurista e teólogo sufi -persa do século XIII.)
Sabrina Green é Psicóloga, Coach pela ICC e especialista em Recursos Humanos
Contato: sabrina.green@greendh.com.br