Recentemente, descobri que não gosto do Outono…olho para minhas plantas, vejo as folhas amarelando e começando a cair, as sementes que brotavam em dias agora demandam semanas ou até um mês, e, tudo isso me incomoda muito. Parei para refletir se era apego ao velho ou impaciência diante do novo e, me ocorreram algumas percepções sobre Gestão de Mudanças que gostaria de compartilhar aqui com vocês.
Em uma das minhas trajetórias profissionais em multinacionais, fui responsável por implementar Change Management ou Gestão de Mudanças nesta empresa. Fiz uma formação multidisciplinar com equipes de outros países e, nossa etapa final era finalizar o treinamento e apresentar o projeto na Argentina. Foi minha primeira viagem internacional a trabalho e, recordando este momento que ocorreu há 10 anos, consigo lembrar e sentir todas as etapas da mudança acontecendo em todo esse processo.
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Após finalizarmos o treinamento, estávamos todos no auditório revisando suas respectivas apresentações, afinal de contas os projetos seriam apresentados e avaliados pelo presidente e os diretores da empresa. Todos menos eu, que não tinha um notebook para fazer isso. Então, o instrutor do curso colocou minha apresentação no projetor para que eu pudesse revisá-la e, todos meus colegas e “concorrentes” de outros países a viram. Olhei para trás e comecei a ver vários deles olhando minha apresentação e alterando em suas apresentações, que já tinham sido modificadas e validadas.
Minha primeira reação foi de Negação, questionei o facilitador do curso com mil perguntas porque eles podiam mudar de novo a apresentação deles e, logo depois que a minha tinha sido exposta para todos? Não era justo, não era pertinente e eu, no meu ímpeto competitivo daquele momento, logo depois da explicação dele que apesar de concordar com a injustiça da situação, não podia fazer nada, fui rapidamente para o meu momento de Raiva. Por que eu? Por que comigo? Por que somente eu não tinha o raio do notebook? Ainda por cima, sou a única brasileira e vou ter que fazer essa apresentação em espanhol entre todos os meus colegas, todos com espanhol como língua nativa. Toda aquela raiva murchou dentro de mim em segundos, perdi minha energia por algum momento. Fiquei no canto da sala vendo todos ajustarem suas respectivas apresentações nos seus respectivos notebooks e fiquei ali.
Almoçamos e logo depois seria a apresentação para o presidente e diretores. Minha raiva nesse momento, após dessa leve crise de “depressão” e “autopiedade”, se transformou em algo diferente: já que é para ser assim, vou botar para quebrar! Era o momento de Explorar novas possibilidades, uma vez que minha apresentação podia ter sido copiada (e posteriormente constatei que realmente foi), agora eu tinha que fazer algo para diferenciar nosso trabalho. Foi aí que subi no palco do auditório, este era o momento do Engajamento, estava lá, não só para apresentar o trabalho, mas para reconhecer toda a equipe envolvida, todos os resultados que foram gerados para a organização, era mais que uma apresentação, era o resultado de todo um grupo que não perdeu a motivação mesmo no meio de todas as ondas de mudança em uma fusão empresarial. Terminei a apresentação com o sentimento de dever cumprido, independentemente do resultado. E feliz!
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Ainda surpresa, voltei para o Brasil trazendo na mala o prêmio do melhor projeto de Change Management da América Latina e um grande aprendizado sobre o meu processo interno de “Change Management”.
Por isso, a vida dá voltas e traz mudanças que não imaginamos as possibilidades que podem nos trazer, embora passemos por todas estas “ondas” ou fases em cada uma delas, umas vezes mais rápido, outras mais devagar.
Mais necessário diante deste processo, é se permitir o tempo de sentir cada momento. Esse tempo é necessário para que os processos e as pessoas evoluam.
E quanto as minhas plantinhas…minha pimenteira começou a mostrar e amadurecer suas primeiras pimentinhas, mesmo após ter perdido diversas folhas e ainda ter algumas amareladas…
Esteja atento e agradeça às mudanças, todas são um mundo de oportunidades!
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Sabrina Green é Consultora de Desenvolvimento Humano e Organizacional, Psicóloga e Coach pela ICC.
http://www.greenintegral.com.br
Contato: sabrina.green@greendh.com.br