Dia após dia, nos deparamos com o grande erro que nos leva a inércia, nos leva ao desperdício, a imobilização, mas principalmente ao desrespeito ao indivíduo. Estou falando da dúvida que está recaindo sobre o ser humano sobre sua capacidade, sendo que a capacidade é intrínseca ao ser humano, a capacidade faz parte de sua essência, a capacidade já vem com ele. Não deveríamos usar a palavra capaz para diferenciar uma pessoa da outra, todos são capazes, a diferença está na oportunidade que cada um tem de mostrar sua capacidade, sua capacidade de aprender, capacidade de exercer aquilo que sabe fazer melhor. Podemos sim, diferenciar as pessoas pela quantidade de oportunidades que ela teve ou tem.
Outra grande diferença entre todos nós, está naquilo que cada um ama, no sentimento de estar fazendo algo que realmente está alinhado com aquilo que queremos para nós. Picasso tinha toda capacidade para aprender a construir um prédio, mas não queria essa oportunidade, ele aproveitou com todo seu amor a oportunidade que o mundo da arte proporcionou a ele, Picasso amava a arte, não amava a arquitetura ou a engenharia. Podemos também diferenciar as pessoas, entre aquelas que fazem o que amam e as que não fazem o que amam.
Assim afirmo mais uma vez, o mundo não está cheio de incapazes, o mundo está cheio de pessoas sem oportunidades para fazerem aquilo que amam, sem oportunidade de devolver ao mundo o dom que trouxeram para a vida. Nunca foi nem nunca será uma questão de capacidade para o mundo melhorar, as pessoas precisam ter a oportunidade de descobrir aquilo que amam e, depois terem a oportunidade de fazerem aquilo que amam. Assim se cria um mundo de amor e felicidade.
Tenho a certeza de que muitos ao lerem esse texto, vão me questionar sobre os limites, sobre até onde podemos ir como seres humanos. Para os que pensam que os limites são intransponíveis, apresento um fato real, que ocorreu no século passado, o efeito Bannister. Roger Bannister foi o primeiro ser humano a correr um quarto de milha em menos de quatro minutos, hoje muitos atletas já superaram esta marca, mas antes de Bannister, os fisiologistas afirmavam que isso seria impossível, mas eles estavam realmente subestimando a capacidade humana. Bannister amava correr e para o amor não existem limites.
Seria bastante lógico eu seguir esse texto, colocando uma série de críticas ao sistema, ou as empresas, que de certa forma acabam sendo restritivos quando falamos em oportunidades, mas decidi continuar o texto, pensando somente naquilo em que cada um de nós pode ter ação, sem precisar unir um exército para iniciar uma revolução contra esse sistema, vou me prender as oportunidades que cada indivíduo está sendo capaz de dar a si mesmo. Cada um pode sim ser o novo Bannister, ir para a pista e contrariar os especialistas, superar marcas, entrar para o livro dos recordes.
Vamos lá, responda com muita franqueza essas 4 perguntas:
1) Quantas oportunidades você deu a você mesmo, para aprender algo que sempre teve vontade de fazer?
2) Quando é que foi atrás de conhecer melhor suas habilidades?
3) Você realmente está trabalhando naquilo que ama fazer?
4) Quais são os limites em que você acredita?
Não se espante se teve alguma dificuldade ao responder a primeira pergunta, para identificar o que realmente você tem vontade de fazer, pois a maior parte de nós “vive dentro de uma caixa”, que nos impede de tomar contato com coisas diferentes, nos impede de sentir o que o mundo tem para nos oferecer em sua totalidade, acabamos por conhecer somente o que está “dentro da caixa”. Acreditando que o mundo se restringe ao modo que nossa família vive, ao método que nossa empresa trabalha, acreditando também, que o mercado é composto somente pelas profissões que conhecemos. A grande dificuldade está em “saber sair da caixa”, não só em aprender a “ pensar fora da caixa”, como diz o chavão muito utilizado hoje em dia, mas poder realmente decidir se queremos “destruir a caixa”, se queremos “viver fora da caixa”.
Se na segunda pergunta você também enroscou, é preciso prestar mais atenção no como você anda fazendo as coisas, prestar atenção nos resultados do que você está fazendo em todos os campos de sua vida. Olhe para aquilo que você realmente tem orgulho de assinar seu nome, aquilo que você fez e que só você seria capaz de fazer tão perfeitamente.
Na terceira questão, apele para o que você sente após uma semana de trabalho. Se você só se sente cansado, se aposta todas as fichas da felicidade somente no final de semana, quando está longe do trabalho, então realmente você não ama fazer o que está fazendo.
Por último, é sempre importante saber quais são os limites que você colocou para você, saber o tamanho das paredes da caixa em que você entrou. Um grande exemplo são os limites financeiros, que a maior parte das pessoas tem quando pensam em migrar de carreira, vivem acreditando que se fizerem aquilo que gostam, não vão conseguir ter um retorno financeiro capaz de satisfazer suas necessidades. Mas quem disse isso pra elas?
Bem, é hora de fechar esse texto, portanto conclamo a todos para a reflexão, conclamo à todos na busca pela oportunidade de fazerem aquilo que amam. Será que não está na hora de buscar a felicidade? Será que não está na hora de acreditar que você também é capaz de ser feliz?
Até a próxima pessoal!
André L. G. Ferreira, Coach certificado pela International Coaching Community, Administrador e especialista em Qualidade.