O que mais vemos hoje são pessoas falando ou escrevendo sobre criatividade, com métodos para entrar em estado criativo, exemplos de cases vencedores de pessoas que chegaram ao sucesso utilizando a criatividade. Gosto muito do exemplo de Thomas Edson, que registrou mais de 2000 patentes, entre elas a sua mais famosa invenção, a lâmpada incandescente. Ele utilizava um método muito curioso para provocar seus insights criativos. Edson simplesmente descobriu que seu cérebro entrava em estado criativo, assim que ele pegava no sono, então ele precisava acordar exatamente neste momento para que pudesse aproveitar ao máximo seu estado criativo. A solução foi simples, ele utilizava uma poltrona especial para ter os seus cochilos criativos, segurava uma bola de bilhar em cada mão, com as palmas voltadas para baixo, no chão, na direção das bolas estavam duas vasilhas de metal, sendo assim, quando ele pegava no sono suas mãos se abriam e as bolas caiam nas vasilhas fazendo um barulhão e ele acordava (figura1).
Bom, agora que eu também já escrevi um pouco sobre uma forma de provocar ideias criativas, algo que eu posso até ir mais a fundo em um próximo texto, vamos fazer algumas perguntas que são o alvo desse artigo: Quanto tempo dura uma ideia criativa? Quanto tempo ela sobrevive só como ideia, antes de começar a virar realidade?
A verdade é que uma ideia assim que chega na porta de entrada do mundo real, começa a passar por uma espécie de julgamento interno dentro de seu próprio idealizador. As ideias surgem na parte criativa de nossa mente, uma parte muito ligada a intuição, por isso as ideias costumam chegar de forma rápida, e quase sem nenhuma explicação lógica. Mas, a parte julgadora de nossa mente vai começar a comparar a ideia com alguns padrões já estabelecidos, aqueles que já são aceitos como verdade, além de consultar sua fiel conselheira, a parte lógica de nossa mente.
Costumo travar essa verdadeira batalha jurídica dentro de minha mente, com uma estratégia de 3 dias. Acredito que as primeiras 72 horas são cruciais para que eu mesmo possa aceitar minha própria ideia como viável. Para isso estabeleço uma tarefa para cada um dos 3 dias:
Dia 1
Logo após a ideia surgir, escrevo tudo de uma forma basicamente estruturada. As vezes fica difícil para estabelecer alguns detalhes, mas escrevo aquilo que tenho disponível naquele momento. Duas coisas são básicas para mim: o que é essa ideia; o que ela vai trazer de bom para mim e para o mundo. A parte lógica de nossa mente adora coisas escritas e com certa estruturação.
Dia 2
Aqui eu começo uma grande pesquisa sobre o assunto com o qual minha ideia está relacionada. Vejo se existe algo parecido, se alguém já tentou alguma coisa que leve ao mesmo resultado, assim posso aprender mais sobre o assunto, leio artigos etc. Minha mente julgadora precisa entender que o mundo real tem espaço para minha ideia, e que ela não vai ser algo solto no ar, sem nenhum sentido, ou seja, o mundo demanda por algo assim.
Dia 3
Esse é o dia “D” para minhas ideias. Nesse dia comunico minha ideia para alguém de minha confiança. A questão não é saber se a pessoa aprova ou não aprova, a questão é colocar para fora tudo que consegui aprender e construir desde que a ideia surgiu. Quando consigo expor minha ideia com clareza, sinto que ela realmente tem passe livre para seguir em frente.
Muitas ideias podem não passar do terceiro dia, mas nenhuma delas deve ser abandonada sem essa oportunidade de mostrar para que veio. Esse é o respeito que nossa mente criativa merece receber de nós mesmos.
Até a próxima pessoal.
André L. G. Ferreira, Coach certificado pela International Coaching Community, Administrador e especialista em Qualidade.
contato: coaching.green01@gmail.com
Artigo publicado originalmente no site Comportamento e Saúde:
http://www.comportamentoesaude.com.br/72-horas-para-uma-ideia-brilhar/