Muito se fala sobre a dificuldade na realização de um feedback com assertividade e maturidade. É muito comum escutarmos líderes dizendo que é muito fácil dar feedback positivo, um reconhecimento de algo de bom feito por alguém, e muito difícil comunicar pontos a melhorar no comportamento dos outros. Isso motivou uma série de cursos, workshops, palestras e livros sobre o que é intitulado como: “A arte do Feedback”. Mas, será que reconhecer pessoas é mesmo algo tão simples assim?
Primeiro é preciso saber distinguir os dois tipos de reconhecimento possíveis: apreço e admiração. O apreço surge de um agradecimento por algo que recebemos de alguém; a admiração nasce quando descobrimos uma virtude no outro. Sendo assim, para reconhecer algo que apreciamos é preciso demonstrar claramente o resultado valioso que está atitude gerou para nós. E, quando admiramos uma virtude em uma pessoa reconhecemos nela algo que nos inspira, e que nos faz crescer como consciência.
Outro ponto de atenção deve estar na formatação linguística do reconhecimento. Identifiquei aqui 4 pontos chave para se expressar o reconhecimento de forma assertiva:
- Deve ser direcionado
A comunicação efetiva é direta. Devemos direcionar nossa fala diretamente a quem está sendo reconhecido, utilizando a segunda pessoa (tu) no lugar da terceira pessoa (ela/ele).
O reconhecimento se torna mais poderoso e efetivo, pois chega diretamente a quem é endereçado. Vejamos o exemplo:
Errado: “Quero agradecer pela coordenação do Eduardo. Sem seus exaustivos esforços não chegaríamos aos bons resultados que tivemos neste projeto. Sabemos que esse projeto era de fundamental importância para a sobrevivência de nossa empresa, e essa sobrevivência só vai acontecer graças ao trabalho do Eduardo.”
Certo: “Eduardo, agradeço muito por seus exaustivos esforços nesse projeto. Sem sua coordenação não teríamos chegado aos bons resultados que tivemos nesse projeto. Você foi fundamental para a sobrevivência de nossa empresa.”
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- Surge de uma pessoa
A comunicação efetiva é pessoal. Sendo originada em um sujeito que expressa seu sentimento em primeira pessoa (eu) e que aprecia uma segunda pessoa (tu), receber um reconhecimento sem essa identificação de origem, e sentimento, é o mesmo que receber uma carta anônima, por isso não é tão poderoso. Vamos ao exemplo:
Errado: “Esta solenidade está sendo feita para o reconhecimento da coragem e espírito de sacrifício demonstrado pela capitã dos bombeiros Fernanda, que colocou sua vida em risco para resgatar duas crianças no incêndio da semana passada.”
Certo: “Capitã Fernanda, eu quero reconhecer publicamente sua coragem e espírito de sacrifício que demonstrou ao colocar sua vida em risco para resgatar as duas crianças no incêndio da semana passada. Seu comportamento me faz ter orgulho de pertencer a esse corpo de bombeiros.”
- É específico
No lugar de descrever generalidades sobre o sentimento próprio, se atenta em descrever as ações concretas feitas pelo outro, e seu efeito positivo em quem reconhece. Ao falar de forma abstrata, a pessoa que recebe o reconhecimento não recebe nenhuma informação sobre o que o outro está destacando em seu comportamento, tampouco a importância deste ato. Exemplo:
Errado: “Esteve muito bem em nossa reunião com os compradores! Não sei o que teria feito sem sua ajuda. Ainda bem que estava lá para me salvar.”
Certo: “Agradeço muito por sua intervenção técnica em nossa reunião com os compradores! Quando você colocou claramente nossas necessidades ao Ricardo, mostrando os motivos que justificam nossa escolha pelo serviço de maior custo, senti um enorme alívio. Você demonstrou muita clareza em sua explicação, e isso me deixou muito seguro.”
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- Focado no comportamento
Não se deve descrever a pessoa como se ela fosse uma coisa, e sim focar em seu comportamento. Vejamos:
Errado: “Obrigado por ser tão dedicada. Você é uma verdadeira colaboradora. Tenho muito orgulho de trabalhar com alguém assim, tão disponível para os demais, confiável e inteligente!”
Certo: “Você demonstrou estar muito dedicada ao grupo quando ficou até mais tarde organizando o escritório. Fiquei impressionado com sua percepção e disponibilidade. Quero destacar que você fez uma organização muito racional e inovadora aqui em nosso escritório.”
Talvez, esse último ponto tenha lhe incomodado um pouco. Qual o motivo para não elogiar as pessoas com expressões positivas como: você é confiável…honesta…inteligente?
O problema destas expressões, é que mesmo sendo positivas, refletem uma sutil arrogância de quem as expressa. Quando falamos com esta linguagem atributiva (que atribui qualidades ao outro) julgamos que temos o direito de definir como o outro é, e de descrever as fontes de seu valor. Por outro lado, quando expressamos nossa experiência (“Fiquei impressionado com sua percepção e disponibilidade.”) deixamos o outro livre para definir-se como julgar adequado.
Espero que minha contribuição possa ter ajudado você com essa expressão de gratidão que deve cada vez mais tomar conta dos ambientes corporativos. Tenho certeza de que o reconhecimento autêntico faz toda diferença para as pessoas. Então, que tal começar a praticar?
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André L. G. Ferreira, Master Reiki, Coach certificado pela International Coaching Community, Administrador ,especialista em Qualidade , e Instrutor em Mindfulness.
http://www.greenintegral.com.br
andre.ferreira@greendh.com.br