Sabemos o quanto o processo de aprendizagem se transformou ao longo dos anos, diante de um cenário de informações num volume e velocidades cada vez maiores, porém a essência do processo, a meu ver, continua a mesma: vivência e prática.
No meio dessa avalanche de informações, sabemos que o filtro da veracidade é cada vez mais difícil, assim como a escolha de um profissional para apoiar em seu processo de desenvolvimento, seja ele qual for. A demanda e a procura são grandes, e às vezes é triste ver que uma missão de vida pode ter se tornado um mero apelo comercial, mas não estou aqui para julgar, justamente gostaria de falar sobre os julgamentos que fazemos e como podemos ampliar nossa consciência nesse aspecto.
Considero que em qualquer profissão ou aprendizado que você pode ter através da partilha, existem alguns pontos fundamentais a serem levados em consideração:
- Qualificação: Sim, é preciso qualificação para atuar em qualquer área profissional. Não posso me intitular como Psicóloga sem ter uma formação e um CRP para atender como Psicóloga. E, como já citei anteriormente, num mundo cheio de mudanças tão rápidas, a atualização é sempre necessária, seja através de cursos, livros ou experiências. Porém um cuidado: atualmente temos muitas instituições sendo criadas com o objetivo “controlar e etiquetar” conhecimentos milenares como o Reiki e o Eneagrama, por exemplo, utilizando inclusive estratégias de marketing, ao invés de aprimorá-los e disseminá-los.
- Acreditar: Como vou compartilhar ou ensinar algo em que não acredito? Essa é a essência dentro da atuação profissional que acredito, seja como facilitadora de grupos, coach ou psicóloga. O conhecimento tem de estar alinhado com a sua essência.
- Praticar: Condição sine qua non para acreditar é vivenciar. Vivenciar as conquistas, dificuldades e desafios de qualquer prática. A vivência é que traz a experiência, em diversos aspectos: em coisas novas que me deparo e aprendo, e também no estado de flow que se adquire com a prática. Como Buda teria dito “Verdade é aquilo que funciona”.
- Ética e responsabilidade: Tudo o que citei acima para mim se resume em ética e responsabilidade. Tive uma professora na faculdade que dizia para os alunos: “que pelo menos você não faça nada antes de fazer um estrago com o outro”. E esse tema está em acordo com os valores de cada indivíduo, de se disponibilizar a fazer somente o que sabe que pode e até onde pode, no limite do respeito pelo outro.
Realmente me entristece quando vejo profissionais criticando o trabalho do outro porque julgam que este não tem a qualificação necessária. Também me entristece ver pessoas que prometem mudar a vida do outro ou fazem marketing através das conquistas de cada ser humano que cruzou por seu caminho.
Conheço pessoas que sequer tem uma graduação, mas que me trouxeram aprendizados de vida que qualquer expert não teria me trazido. Assim como tive a oportunidade de me deparar com excelentes profissionais qualificados, que conseguiram me despertar para que a teoria se tonasse a prática de vida. Conseguir trazer o melhor de cada um, dentro de suas possibilidades, integrando conhecimentos e respeitando as diferenças é o que nos irá fazer alavancar para o próximo estágio do Modelo Integral de Consciência.
Quero deixar claro aqui que se você está em busca de um profissional para apoiar seu processo de autoconhecimento, sim, observe os requisitos acima, investigue, peça recomendações, observe as mudanças nas pessoas com as quais esse profissional pôde atuar. Mas, não deixe que um mero currículo faça esta escolha por você. Sinta e conecte-se com essa pessoa. E amplie sua visão para as oportunidades de aprendizado que você tem com cada pessoa que passa pelo seu caminho, seja ela graduada ou não.
E para os profissionais, viva cada vez mais o que você ensina. Eu acredito que quem escolhe trabalhar com desenvolvimento humano é sempre mais aprendiz do que mestre, é só um instrumento para iluminar o potencial dentro do outro. E, como Jung dizia “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.”.
Gratidão!
Sabrina Green é Psicóloga, Coach pela ICC e especialista em Recursos Humanos
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Contato: sabrina.green@greendh.com.br