A felicidade, este é um tema bastante complexo, pois o que ela é para mim, pode não ter nada a ver com o que ela é para você, portanto não vou falar do que é felicidade aqui, não tenho essa pretensão. Vamos abordar aqui, o surgimento de seu oposto em nossas vidas, o surgimento da infelicidade, essa que é tão proclamada pela maior parte de nós. Alguns acreditam que a felicidade nem é coisa desse mundo, outros acreditam que felicidade é coisa para poucos felizardos, mas nossa abordagem vai por uma linha diferente, uma linha de análise do surgimento da infelicidade, melhor ainda, vamos em busca do momento em que ela começa a surgir em nossas vidas.
Para começar, gostaria de propor uma divisão de nossa vida em seis grandes marcos, onde normalmente surgem os motivos de nossa infelicidade:
- Nosso nascimento. Neste momento são definidas as bases que vão influenciar nossa personalidade. Somos inseridos em uma família, que é inserida em uma comunidade, que está inserida em um país. Muito do que veremos ou teremos pela frente, depende de onde e com quem nascemos;
- Inserção na sociedade. Quando saímos debaixo das asas de nossa família e, damos o primeiro passo na vida em sociedade. Passamos a fazer parte da nossa comunidade, participando da sociedade organizada, que encontramos na escola, na igreja, na rua, nas festas. Aqui começamos a encontrar o diferente, a verdade que aprendemos com nossa família, muitas vezes é questionada, no contato que temos com as outras verdades, a verdade de nossos professores e colegas;
- Início da vida adulta. Neste ponto normalmente iniciamos nossa carreira, onde na maior parte das vezes começamos nosso período de estudo em uma Universidade, em um curso profissionalizante, ou decidimos não fazer nada disso. Somos apresentados ao mundo da responsabilidade, onde sonhos e realidade se misturam em uma grande confusão. Parece que o mundo nos colocou em um beco sem saída, difícil saber onde o que estamos fazendo vai nos levar;
- Vida independente ou compartilhada. Este é o momento em que decidimos seguir nosso caminho, uns escolhem seguir com alguém, escolhem constituir uma família que começa em um relacionamento com outra pessoa, outros seguem sozinhos, preferem o caminho da independência total;
- Hora de constituir um legado. Aqui é que nos questionamos sobre o que vamos deixar nesse mundo. Escolhemos deixar alguém para seguir nossos passos, um filho ou mais, ou acabamos por seguir outra linha, deixando nossa marca nesse mundo de outra forma. Este é o momento em que questionamos o sentido de estarmos aqui;
- O derradeiro momento. Esse ninguém consegue planejar com total clareza, mas é o momento de maior certeza em nossa vida. Vivemos fugindo desse momento, a maior parte de nós tem muito medo de morrer, colocando em suas vidas o único objetivo de sobreviver.
Grande parte das pessoas que conheço e que se julgam infelizes, costuma relacionar sua infelicidade a um ou mais destes marcos, costumam dizer que fizeram alguma ou algumas escolhas erradas em momentos importantes de suas vidas, ou que foram forçadas a seguir um caminho que as levou para a infelicidade. Mas e se pudesse ser diferente? Se as coisas pudessem mudar como mágica, se uma pessoa infeliz com sua família, com seu país ou emprego, pudesse voltar no passado e escolher outra opção. Como seria? Esta pessoa seria feliz com certeza?
Desculpe aos amigos que responderam positivamente a essa questão, mas eu não acredito que a nossa felicidade esteja baseada no efeito de nossas escolhas externas.
Em meu ponto de vista, não são nossas escolhas externas que nos fazem felizes ou infelizes. Não é a mulher maravilhosa que escolhi para estar ao meu lado, que vai fazer com que eu tenha um casamento feliz. Da mesma forma, não vai ser uma vida onde eu tenha deixado um enorme legado positivo, que vai me garantir a felicidade.
A felicidade simplesmente se encontra em nossos olhos e demais sentidos. A felicidade está em nossa capacidade de ver e sentir as coisas que acontecem em nossas vidas. Este é o motivo de termos no mundo, pessoas com quase nada que são felizes e pessoas que conseguem ter ou fazer o que quiserem, vivendo uma grande infelicidade.
Para encontrar a felicidade, não precisamos voltar no tempo, não precisamos mudar nada ou ninguém que esteja ao nosso redor. Para sermos felizes de forma sustentável, precisamos escolher ser felizes.
Aprendi a encarar os problemas de uma forma diferente, aprendi a julgar a necessidade de uma reação, aprendi a julgar a utilidade de minha participação. Pois a infelicidade entra pela porta dos problemas, só é feliz aquele que sabe lidar com os problemas. Costumo fazer quatro perguntas diante de um problema, antes de seguir em frente:
- Existe mesmo um problema?
- Eu posso estar colaborando com esse problema?
- Como eu sei que não sou parte do problema?
- Posso fazer algo para resolver esse problema?
A felicidade está sempre ao nosso alcance, mas precisamos aprender a existir primeiro, aprender a combater a infelicidade que criamos em nós. Gostaria de compartilhar com vocês, algo que aprendi em minha vida, pois fiz o teste e funcionou comigo.
Todos os dias a vida nos oferece uma opção, podemos ser felizes ou infelizes naquele dia que está começando. Se você escolhe ser infeliz, não adianta nada de bom acontecer para você, pois você vai continuar infeliz, faça isso, faça um teste, acorde um dia e decida ser infeliz nesse dia. Você vai ver que funciona mesmo. Com esta comprovação em mente, eu pergunto a você: Por qual motivo você não pode fazer o contrário, escolher ser feliz todos os dias e não deixar que nada de ruim lhe tire essa felicidade?
Até a próxima pessoal.
André L. G. Ferreira, Coach certificado pela International Coaching Community, Administrador e especialista em Qualidade.