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Confesso que as primeiras vezes que ouvi falar sobre Constelação em minha vida foram fatídicas: de problemas organizacionais a manifestações de espíritos, a verdade é que o tema Constelação sempre veio atrelado a problemas a serem resolvidos e mais trabalho. Sem uma explicação científica ou aplicação prática, eu enxergava tudo isso como um grande teatro no qual as pessoas me pareciam ser manipuladas, ou como aqueles treinamentos de alto impacto que geram emoções intensas, e um buraco na alma que precisa de muito trabalho para ser “remendado” posteriormente.
No primeiro exercício sistêmico de Constelações que fui convidada a participar em 2014, nos primeiros sinais que aqueles assuntos familiares guardados naquele quartinho escuro do meu inconsciente poderiam vir à tona, fugi. Simplesmente fui embora da sala. Hoje compreendo que não era o momento.
Mas esse assunto continuou sendo um tabu. Diante de meu aprofundamento na Teoria Integral, Teoria U e Pensamento Sistêmico Complexo, toda essa teoria trazia mais sentido para mim e para o meu modelo racional. Embora nos processos de consultoria organizacional, desenvolvimento de equipes, empresas familiares e atendimento individual de psicoterapia, o tema das relações e dos sistemas estavam cada vez mais evidentes e parecia faltar uma peça para este quebra-cabeça, algo que pudesse trazer à tona mais informações e ampliar a percepção do que realmente estava acontecendo em todos esses sistemas. Então finalmente me permiti. Comecei com o livro da alemã Ursula Franke-Bryson: O rio nunca olha para trás. Confesso que foi uma viagem histórica e linda, reencontrei velhos conhecidos da Psicologia como Jacob Levy Moreno e o Psicodrama e, me surpreendi com novos colegas como o Ivan Boszormenyi-Nagy e a terapia contextual, foi um verdadeiro deleite para uma psicóloga como eu, e que começou a gerar sentido e significado.
Ao começar meus estudos com o descobridor do método das Constelações Familiares, Bert Hellinger, tive altos e baixos: um misto de possibilidades e descobertas de novos olhares juntamente com muito julgamento e raiva a partir de considerações e afirmações que entendi como machistas e preconceituosas. Porém, me permiti compreender o que é mais importante dentro de um sistema ou constelação de um sistema: é necessário compreender o contexto, os ingredientes que fazem parte daquele sistema, o que levou Bert Hellinger a escrever aquilo tudo daquela forma.
Foi então que tive a “sorte”, por assim dizer, de confiar na intuição e fazer a Formação Internacional de Constelações com a alemã Conélia Bonenkamp, o que foi uma grata surpresa. Digo surpresa porque, sem quase nenhuma expectativa, fui realmente aberta para aquela formação e recebi teorias, instrumentos, métodos e práticas alinhados com o que realmente acreditava: a Teoria Integral. Mais do que isso, um modelo de pensamento sistêmico complexo aplicado a vários contextos, desde o familiar até o organizacional, e não um método de resolução de traumas familiares como a muitos se parece. É uma forma de ampliação da consciência, e como Cornélia diz “de trazer aos olhos o que não está sendo visto”.
Ainda tive a oportunidade de trabalhar um tema pessoal através da Constelação com a própria Cornélia, que conduziu o processo com firmeza e carinho. Pude enxergar padrões familiares que não imaginava que impactavam minha vida, ressignificar relações e trazer à prática da minha vida, através de um Plano de Ação, uma experiência incrível de materializar, pois causou um impacto integral: corpo, mente e espírito.
Hoje, percebo que o método das Constelações transformou meu olhar. A análise do contexto sistêmico, que já fazia parte do Modelo Integral, agregou mais uma “forma” de olhar para as relações ,os contextos, e as oportunidades de desenvolvimento a partir destes ingredientes que fazem parte da vida de todos nós. Estar presente, acessar o campo, identificar informações, conectá-las e ressignificá-las é possível a todos.
Minha gratidão a Bert Hellinger, que me permitiu a ampliação de minha compreensão, e aos mestres Cornélia Bonemkamp e Yulli Roter pela partilha de conhecimento e aprendizados.
Dou continuidade ao processo a partir de agora, como facilitadora na prática da Constelação Sistêmica. E aquilo que no início me causava problemas, agora me traz inúmeras possibilidades de solução e ampliação da consciência sobre processos e pessoas.
Quer saber mais sobre as constelações que estou facilitando, entre em contato comigo.
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Sabrina Green
é Consultora de Desenvolvimento Humano e Organizacional, Psicóloga e Coach pela ICC.
https://www.greenintegral.com.br
sabrina.green@greendh.com.br