Os problemas complexos que a humanidade vem enfrentando (vale ressaltar que parte da humanidade nem acredita que tais problemas existam), quando são avaliados por um olhar linear, onde se busca sua solução consertando suas partes sem que se considere sua integralidade, tais soluções gerarão outros problemas ainda mais complexos, e mais difíceis de serem resolvidos.
A metáfora de Hidra na mitologia grega, pode elucidar o que acontece de forma bastante didática:
Hércules precisa cumprir 12 missões para ser perdoado pelos deuses, e entre essas missões está derrotar Hidra, um monstro com várias cabeças que possui uma característica que o torna praticamente invencível – ao se cortar uma das cabeças de Hidra, nascem duas em seu lugar. Então, Hércules fica em um impasse: Se atacar Hidra, deixa Hidra ainda mais forte, mas se não atacar Hidra, deixa de lutar contra o monstro. A solução encontrada por Hércules é ir além do convencional. Ele busca a ajuda de seu sobrinho, e a cada cabeça cortada seu sobrinho a queimava cicatrizando o local e impedindo que outra cabeça surgisse. Hércules atacou Hidra com um olhar complexo.
Tomando como base essa metáfora, podemos enquadrar várias questões presentes em nossa realidade:
- Legalização da maconha
- Liberação do porte de armas
- Os radares nas estradas
- Os direitos trabalhistas etc.
Todas essas questões, se forem resolvidas levando em consideração somente um de seus contextos, com certeza originarão problemas ainda mais complexos do que aqueles que estão propondo solucionar. Teremos duas cabeças no lugar de uma só.
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Normalmente resolvemos as coisas pelos olhos e ideias de especialistas em cada assunto, e não damos quase espaço para agentes diretos e indiretos na relação com essas realidades.
Como podemos então gerar soluções que levem em consideração uma gama mais completa de contextos?
Como seremos capazes de fazer pessoas diferentes em seus interesses compartilharem suas opiniões sem serem julgadas?
Em janeiro deste ano, me foi apresentada uma prática que mostra um lindo caminho para tratarmos a complexidade, o Warm Data Lab, uma criação de Nora Bateson, que esteve aqui no Brasil e em 6 dias formou os primeiros 19 Hosts dessa prática na América do Sul, e eu tenho a grande alegria de dizer que sou um desses 19 Hosts.
O WDL trabalha com os “dados quentes”, que é o que vem de dentro de cada pessoa – sua história, seus sentimentos, suas reflexões e sensações – ao invés de abordar “dados frios” que estão do lado de fora das pessoas – conceitos, ideologias, opiniões formadas, notícias. Tudo isso através de uma dinâmica simples para quem participa, com duração de aproximadamente 5 horas, e que pode ser feita com grupos grandes, com mais de 500 pessoas.
Na prática do WDL podemos observar alguns preceitos que surgem em cada grupo, e que comprovam sua força na busca de novas soluções para problemas complexos:
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É impossível consertar o todo consertando suas partes
As pessoas ao participarem de um WDL começam a sentir que os diferentes contextos estão interligados, e é preciso buscar a compreensão do que conecta todos os contextos entre si. Só depois disso estamos preparados para buscar soluções realmente abrangentes. Dentro do WDL dizemos que o importante é descobrir “qual é a diferença que faz toda diferença”.
Não é só isso e nada mais
Sair dos papéis que a sociedade nos impõe e buscar o significado autêntico em cada observação que estamos fazendo. No WDL tudo é programado pelo Host para que as pessoas abandonem seus papéis diante de um tema. O médico não vai falar sobre os efeitos das drogas. O religioso não vai falar sobre o que está escrito em seu livro sagrado. O político não vai falar sobre as diretrizes orçamentarias. Todos eles vão compartilhar suas histórias, e vão aprender com as histórias dos outros, e assim, por meio da poderosa prática do diálogo, construirão novas saídas para o futuro. Nada é só o que é para você ou para mim!
Tudo pode se tornar obsoleto
Os participantes começam a se deparar em um WDL com o problema de tentar se manter ativo algo que já está obsoleto, algo que já não serve mais dentro de um sistema, e é só com a aceitação de que algo novo pode surgir no lugar do que já não serve, é que o sistema volta a evoluir. Nesse momento surgem aquelas perguntas que dificilmente encontram respostas:
Por qual motivo fazemos as coisas desse jeito? Qual a importância disto para nós?
O duplo vínculo
Lá na metáfora da Hidra nós vimos um duplo vínculo: Se Hércules atacasse o monstro ele ficava ainda mais forte, mas se ele não o atacasse ele jamais conseguiria derrotá-lo. Quando estamos em WDL nos deparamos com várias situações de duplo vínculo, e a saída que encontramos para resolvê-los está na inclusão de novos contextos. No caso do Hércules, o sobrinho e o fogos foram adicionados à espada.
Em nossa imersão com a Nora Bateson, trabalhamos questões de extrema complexidade em cada WDL que fazíamos, como por exemplo:
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O que é sucesso em um mundo em constante mudança?
Essa pergunta foi explorada por nós em diferentes contextos de nossa sociedade, e confesso que no início eu fiquei com um pé atrás sobre onde essa prática poderia nos levar, e o que poderíamos aproveitar disso tudo. Mas depois de alguns minutos participando, e interagindo, notei que a transformação na verdade estava acontecendo dentro de mim, eu estava aprendendo junto com o organismo que nosso grupo formava. Notava no rosto e no olhar de cada um de meus colegas, aquele brilho que aparece quando realmente encontramos algo que faz a diferença.
Esse é o Warm Data Lab , uma prática que é estruturada sim, e que ao mesmo tempo se desenvolve no mais puro caos.
Quer saber mais? Quer utilizar em sua empresa ou grupo? Entre em contato comigo, e terei muita satisfação de levar o WDL até você.
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André L. G. Ferreira, Master Reiki, Coach certificado pela International Coaching Community, Administrador ,especialista em Qualidade e Instrutor em Mindfulness.
http://www.greenintegral.com.br
andre.ferreira@greendh.com.br