Confesso que fui um daqueles que ao ter o primeiro contato com a nomenclatura CNV (Comunicação não Violenta), fiquei de certa forma com um pé atrás, acreditando que essa prática não passava de algo criado em algum mosteiro, e que por assim ser, demandasse seres iluminados para que pudesse funcionar. Essa minha confusão, que até o criador da CNV (Comunicação não Violenta) , Marshall Rosenberg, já reconhecia que iria acontecer desde que escolheu esse nome para a prática que havia estruturado, estava na interpretação que costumamos dar ao termo “ Não Violento”. Em nossa sociedade, ser “Não Violento” é sinônimo de passividade, é como ser alguém que não gera e evita conflitos. Pois bem, a CNV (Comunicação não Violenta) em verdade é que poderíamos chamar de um novo “idioma” para podermos lidar com conflitos de forma autêntica, e assim aproveitar a energia desses conflitos para a nossa evolução.
Em minha jornada de aprendizado em CNV, principalmente durante as imersões com meus mestres Sven Fröhlich e Carolina Cassiano, compreendi 5 ensinamentos onde a CNV é extremamente poderosa ao lidar com conflitos:
1 – Só é possível ser autêntico quando compreendemos e expressamos nossos verdadeiros sentimentos
Aqui começa o desafio. Expressar o que sente requer auto-observação, e conhecer um pouco mais do vocabulário para nomear os sentimentos. Desde pequenos, muitos de nós, são treinados a ignorar seus sentimentos, pois quem demonstra sentimentos é “frágil”. Aí está outra palavra mal interpretada por nós, “fragilidade”. Demonstrar ser “frágil” não é sinal de fraqueza, e sim de pura coragem, pois aceitar que nós humanos somos “frágeis” é o primeiro passo para conquistar seu espaço autêntico no mundo.
A CNV ensina métodos para acessar sentimentos, e que vale muito a pena, escutar e verbalizar essa sabedoria que nasce em nosso coração. Se isso pode gerar um conflito? É claro que sim, afinal já gerou algum conflito dentro de você, pois o sentimento só está mostrando que algo precisa ser resolvido, para que possa estar em acordo com seus valores e necessidades.
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2 – Nossas necessidades precisam de atenção
Não existe melhor caminho para identificação de nossa “essência” do que identificar nossas necessidades. Quando eu menciono necessidades aqui, estou me referindo a todas as necessidades humanas. Desde necessidades para a sobrevivência, até as necessidades para atender seus valores morais. Aqui está o gatilho que nos leva a transformar conflitos em brigas. Quando não damos voz às nossas necessidades, ou quando não respeitamos as necessidades alheias, e principalmente, quando não compreendemos que na maior parte das atividades que fazemos com a participação de outra(s) pessoa(s), cada um está buscando o atendimento de necessidades distintas.
A CNV ensina o acolhimento de todas as necessidades, para depois seguirmos em frente.
3 – Expor a responsabilidade de alguém não é o mesmo que criticar
A palavra responsabilidade está relacionada com a palavra em latim respondere, que significa “responder, prometer em troca”. Desta forma, uma pessoa que seja considerada responsável por uma situação ou por alguma coisa, terá que responder pelos resultados que seus atos provocarem. Mas, nós costumamos confundir, a responsabilização com crítica. Não se trata de encontrar o(s) culpado(s), muito menos castigá-lo(s) por seus atos, mas sempre tratar a todos como iguais. Todos são responsáveis pelo que fazem. A CNV ensina que a comunicação começa pelos fatos, e a autoria de uma ação, sem julgamento é claro, deve ser reconhecida, não importa o resultado.
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4 – Quem disse que somos “obrigados” a sermos sempre empáticos?
Em meu entendimento, foi cometido um grande erro ao tornar a empatia como obrigação. Será que é realmente possível ser empático em todas as situações?
A CNV me ensinou que posso escolher o caminho da autocompaixão, e respeitar que em alguns momentos, é melhor mantermos certa distância de algumas pessoas que cultivem valores éticos contraditórios aos nossos. Trocando em miúdos, não é por estar sendo autêntico ao me expressar, mostrando meus sentimentos e necessidades, que todos os conflitos de nossa vida serão resolvidos em pura comunhão entre os seres.
Eu, por exemplo, escolho não manter amizades ou parcerias de negócios com pessoas que apoiam atos de discriminação de qualquer tipo, ou ainda defendam o uso da violência para a solução de problemas. Até busco ser empático com essas pessoas, buscando mergulhar em suas histórias de vida, para assim compreender e aceitar que possuem motivos para agirem assim. Para mim, permanecer ao lado delas, quando insistem nesses atos, é algo que seria feito em contradição com meu coração. Escolho o caminho da autocompaixão, e aceitar que tudo bem se assim for.
5 – Não é uma questão de conformismo
A CNV não é uma ferramenta para o conformismo, ela é uma prática para a aceitação da realidade, e uma facilitadora para sua transformação positiva. A CNV me ensinou a escolher meus caminhos diante daquilo que verdadeiramente sou, com meus valores e sentimentos. Sabe aquela a frase que escutamos em algumas empresas – “Vai ser feliz em outro lugar” – pois é assim mesmo que a vida pode ser. Seja no pessoal ou no profissional, a vida sempre nos oferta inúmeras opções de caminho para que possamos seguir.
Para concluir, eu compartilho meu mantra com você que está lendo esse texto:
“O melhor caminho é aquele que não cria um conflito interior.”
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André L. G. Ferreira, Master Reiki, Coach certificado pela International Coaching Community, Administrador ,especialista em Qualidade e Instrutor em Mindfulness.
https://www.greenintegral.com.br
andre.ferreira@greendh.com.br